CRESS/SP realiza Seminário sobre Controle Social em São Paulo

Evento organizado no centro da capital contou com a presença de mais de 130 pessoas.

No último sábado, dia 30, o CRESS/SP realizou o Seminário Serviço Social e Participação: Controle Social em Debate. O evento aconteceu na cidade de São Paulo para discutir sobre controle social em diferentes âmbitos das políticas sociais. A mesa de debate foi composta por Eblin Farage, assistente social, doutora em Serviço Social (UERJ) e docente na Universidade Federal Fluminense (UFF); Sonia Nozabielli, assistente social, doutora em Serviço Social (PUC/SP) e docente na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP Baixada Santista) e Kelly Melatti, assistente social, doutoranda em Serviço Social (PUC/SP) e conselheira presidenta do CRESS/SP. A mediação ficou por conta de Nivea Izumi, conselheira estadual do CRESS/SP.

Eblin Farage durante sua explanação sobre Conjuntura e Participação

Em sua fala sobre Conjuntura e participação, a assistente social e professora Eblin Farage chamou a atenção dos profissionais da assistência social sobre os riscos de análises feitas com base apenas no imediato, algo que reflete apenas parte da realidade. “Acho que para nós assistentes sociais é muito importante conseguir conectar aquilo que está no nosso cotidiano de trabalho, todos nossos problemas e desafios com a política macro. Porque nada acontece por acaso, nada é à toa. Esse nosso cotidiano que parece caótico, desestruturado com falta de verbas, com falta de possibilidades de garantir direitos, de mediar direitos para nossa população é um projeto do capital de desestruturação do público”, afirma.

A professora ressalta que ter esse entendimento é importante para que a/o profissional não ache que a responsabilidade é toda sua, entenda que é algo maior do que consegue enxergar à primeira vista e que se não é um problema individual, é necessário reagir coletivamente, reagir enquanto classe. “É claro que não é pela nossa ação profissional que a gente supera a ordem do capital, mas o quê da nossa ação profissional pode contribuir um pouco para questionar essa ordem. Então acho que esse é o desafio. Se a gente analisa a parte da totalidade, temos mais condições profissionais de fazer isso”, finaliza Eblin.

Outro aspecto abordado no seminário foi o Controle Social no Âmbito das Políticas Sociais. A assistente social e professora Sonia Nozabielli ressaltou a importância da participação das/os assistentes sociais na discussão sobre o tema. “Os assistentes sociais devem se inserir nesses espaços de participação política porque o cotidiano, a proposta de intervenção das políticas sociais é aprovada e é debatida no âmbito dos conselhos de política social. Entendo que na condição de trabalhadora e trabalhador da política social é fundamental a nossa inserção, participação e a construção de pautas políticas e de resistência nos espaços de deliberação das políticas sociais e os conselhos são esses espaços”, diz.

Profª Sonia Nozabielli, da UNIFESP

Contudo, a professora destaca que a dimensão da luta política que a profissão precisa se inserir não pode se resumir à atuação dos conselhos apesar de sua importância. “A nossa participação nos conselhos deve ser orientada pela direção ético-política da nossa profissão, pelos fundamentos teóricos metodológicos da nossa formação. Então é uma participação que é orientada pela defesa dos direitos da classe trabalhadora e pela construção de outra ordem social” afirma. Sonia aponta ainda que é preciso levar essa direção política da profissão para o debate no âmbito dos conselhos o que pode contribuir para análises mais totalizadoras e críticas em relação às possibilidades e limites de funcionamento desses espaços de controle social.

A conselheira presidenta do CRESS/SP Kelly Melatti falou sobre A participação no âmbito do conselho e do exercício profissional e mostrou as etapas que antecederam a realização do seminário e a ideia de abordar o tema controle social. “Inicialmente veio com uma tarefa simples de organizar os fluxos internos no CRESS/SP para representação nos conselhos de direito. Mas a partir dos debates, discussões, assembleias e seminários que tivemos com a categoria fomos vendo que isso [controle social] tinha uma amplitude muito maior. Tinha envolvimento na vida cotidiana dos  e das assistentes sociais de uma maneira muito maior do que imaginávamos. Decidimos ampliar essa discussão e entender que não é só a participação do CRESS/SP nesses espaços, mas também a atuação das/os próprias/os assistentes sociais”, conta.

A pesquisa sobre controle social envolveu algumas etapas como o levantamento de referências bibliográficas na biblioteca do CRESS/SP, pesquisa com as/os assistentes sociais. Uma das etapas foi a realização do seminário. “Esse seminário veio para celebrar esse momento de pesquisa e abertura do debate sobre controle social. Não tem a função de encerrar o debate, pelo contrário, tem a função de abrir o debate com a categoria sobre esse tema tão complexo que é o controle social. Acho que conseguimos fazer isso de uma maneira crítica, realista, sem romantismo e de uma forma franca diante da conjuntura política que a gente vive. Então acho que isso vai ser de grande valia para a categoria de assistentes sociais do Estado de São Paulo”, conclui.

Kelly Melatti, conselheira presidenta do CRESS/SP

O próximo passo da discussão sobre controle social, segundo Kelly, é sistematizar todas as discussões, etapas e informações obtidas e aglutiná-las num documento de nota técnica a ser publicado até o final deste ano sobre a atuação da/o assistente social nos espaços de controle social. “É importante ressaltar a histórica contribuição da/o assistente social com as lutas democráticas desse país que é uma luta que não vamos abandonar e que temos intencionado para alcançar outros patamares de cidadania e de direitos sociais”, finaliza.

 

 

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