Na última sexta feira ( 25 de novembro), o CRESS-SP realizou o debate Serviço Social e a Questão Étnico Racial, no auditório do Sindicato dos Bancários, no centro de São Paulo. Sendo uma das ações convergentes ao processo das lutas, o evento entrou para o calendário de ações e mobilizações realizadas durante o mês da Consciência Negra, que celebra a resistência de Zumbi dos Palmares, símbolo da luta contra o racismo e a escravidão no país.
Durante a mesa de abertura, a ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino Pesquisa em Serviço Social) e CRESS-SP, reafirmaram o compromisso com as lutas de combate ao racismo, tanto no interior da categoria como a necessidade de ampliação do tema no currículo mínimo nas Unidades de Ensino e formação do assistentes sociais.
Na mesa da manhã, as assistentes sociais Marcia Eurico e Roberta Pereira da Silva, junto com o mediador Julio Cezar de Andrade, conselheiro estadual do CRESS-SP, apresentaram a importância do debate da questão racial no âmbito da categoria, bem como o debate dentro de uma perspectiva classista uma vez que vivemos em tempos de avanço do conservadorismo, implicando na manutenção do racismo institucional. Abordaram ainda a necessidade da vinculação com as lutas em defesa das ações afirmativas, e o posicionamento contraria a PEC 241 (atual PEC 55) e seus impactos no acesso às políticas de seguridade tanto a população negra como indígena.
Na mesa da tarde, Naiza Bezerra dos Santos, Julio Cezar de Andrade e Francilene Gomes Fernandes, abordaram o genocídio da juventude, construindo um debate importante para temática dos direitos humanos. Ressaltaram a importância da categoria profissional no combate ao racismo no exercício profissional e a necessidade do olhar atento sobre essa questão em tempos de ódio e extermínio, de maneira a pensar um fazer profissional comprometido com a defesa dos direitos humanos.
O conselheiro Julio Cezar de Andrade, avaliou a necessidade do debate contínuo deste tema pelo conjunto CFESS/CRESS, reiterando a importância dos posicionamentos no Serviço Social contrários ao racismo, ao extermínio/genocídio da juventude negra e à redução da maioridade penal, bem como a todas as formas de exploração e discriminação de classe, gênero, raça, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física. Lembrou também o compromisso na ampla defesa pelos direitos dos povos indígenas e quilombolas e comunidades tradicionais no acesso às políticas sociais e ao usufruto e permanência em seus territórios, defesa nas lutas pela equidade de raça, etnia, gênero e pela política de igualdade racial e por fim, pelo exercício profissional sem descriminar e nem ser descriminado por uma questão de gênero raça e etnia.