“Quem não for índio, em terra indígena não mexe”.
A Terra Vermelha tem dono!*
Não toquem na reserva Jaraguá
É terra santa para os índios Guarani-mbiya
Quem não for índio
Em terra indígena não mexe
É terra vermelha
Onde ancestrais dormitam
Mesmo mortos
É local sagrado
De fauna e flora intocáveis
Salvo pelos anjos da floresta
Que nela habitam
Não toquem na reserva Jaraguá
É terra santa para os índios Guarani-mbiya
Não invadam esse local sagrado
Homens que não o entendem
Não pisem nesses solos
demarcados pelo trabalho
Homens que nada sentem
Que não o peso
Do capital e do salário
Fiquem distante desse universo
Vocês escravos do tempo e do horário
A terra demarcada para os índios
É hoje terra-santuário!
* Matsuel, em 23 de agosto de 2017.
O Conselho Regional de Serviço Social – CRESS 9ª Região São Paulo – Gestão “Ampliações: Trilhando a Luta com Consciência de Classe” (2017-2020), presta solidariedade aos povos indígenas e repudia a decisão do Ministério da Justiça que revoga a criação da reserva indígena no Pico do Jaraguá, na Zona Norte/Noroeste de São Paulo.
Dados do IBGE 2010 indicam que a população indígena no Estado de São Paulo possui 41.794 habitantes, destes somente 0,1% vivem em territórios indígenas, ou seja, 4.964. Na cidade de São Paulo, 867 desses estão na região do Jaraguá.
Várias tentativas de reintegração de posse estão em curso na sociedade capitalista, agem através de seu aparato judicial, coercitivo e violento para garantir o direito de propriedade que interesse o lucro e à burguesia, empreendendo esforços para extermínio dos povos originários.
Desde a invasão do território, hoje, chamado Brasil, passados os 517 anos, testemunhamos o extermínio desta população através de ações violentas e truculentas em vários âmbitos. O sangue derramado nas áreas fronteiriças e nas terras e reservas de preservação da cultura e identidade indígena é inadmissível!
Neste sentido, o Conselho Regional de Serviço Social, no seu compromisso ético e político pela defesa intransigente dos direitos humanos, manifesta repúdio à PEC 215 e PEC 237/2013 que visam o arrendamento das terras indígenas, ao Projeto de Lei 1610/96 que objetiva a exploração mineral em terras indígenas, bem como qualquer prática de retirada dos direitos dos povos tradicionais. Todo apoio às lideranças e comunidades indígenas pela resistência e defesa dos seus territórios em uma rede de solidariedade.
Convocamos a categoria profissional a trilhar as lutas do dia 30 de agosto de 2017, às 17h00, em frente ao MASP, como um dia de resistência dos povos indígenas.
Em direitos da classe trabalhadora e dos povos indígenas não se mexe!
Acesse o folder de convocação para o ato