Categoria formada majoritariamente por mulheres, une-se ao Conselho Federal (CFESS), cujo manifesto conclama a todas as “minas, monas e manas” a gritarem por justiça social, reprodutiva e ambiental. Levanta-se, também, contra iniciativas machistas, racistas, misóginas e sexistas, bem como quaisquer atitudes de cunho preconceituoso.Adota-se a data comemorativa como gancho para greve internacional. De acordo com Adriana Brito da Silva, diretora do CRESS-SP, ergue-se a bandeira de combate à violência de gênero, responsável por colocar o Brasil como quinto país com maior taxa de feminicídios (OMS); sendo que 64% das mulheres assassinadas são negras e pobres. Esse é, inclusive, o mote da mobilização, agendada para 8 de março, organizada na América Latina e Itália.
Evidenciarão, ainda, a precária situação das mulheres trans e travestis, haja vista a expectativa de vida delas é de 35 anos, menos da metade da média geraL, segundo pesquisa da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (ANTRA).
A atuação do CRESS-SP será pautada pelo apoio pleno ao CFESS. “Inclusive, nossas funcionárias estarão em greve, sem atendimento no Setor de Fiscalização Profissional, na sede de São Paulo. As seccionais de Bauru, Presidente Prudente, Marília, Sorocaba, São José do Rio Preto, ABC, Santos e São José dos Campos estarão fechadas”, anuncia.
A diretora do Conselho Regional destaca o posicionamento contra medidas do Governo Federal que prejudicam as mulheres direta e indiretamente. Um dos focos é a Reforma da Previdência, a qual pretende unificar a idade mínima para aposentadoria, desconsiderando o trabalho doméstico, assim como o desgaste de professores da educação básica, trabalhadoras rurais e, inclusive, as assistentes sociais.
“Essa contrarreforma, além de representar um conteúdo político conservador ao mesmo tempo cumpre o papel ideológico de alimentar uma igualdade que desconsidera todas as desigualdades vivenciadas diariamente pelas mulheres no ambiente de trabalho. Não só temos dupla ou tripla jornada e ganhamos menos, mas, sobretudo, somos oprimidas de diferentes formas. Perversamente utilizam-se da expectativa de vida feminina, como justificativa para impor os interesses políticos e econômicos das classes dominantes para as trabalhadoras. Contudo, devemos questionar sob quais condições essas mulheres estão vivendo, analisando do ponto de vista econômico, político e social. Somos vítimas de um mercado de trabalho brutal que nos transformam em mercadorias vivemos numa sociedade patriarcal e machista”, declara.
Afirma, ainda, que o CRESS-SP é contrário a qualquer contrarreforma que retire direitos dos trabalhadores, sejam homens ou mulheres, prejudicando a qualidade de vida dos trabalhadores. “A taxa de desemprego entre as mulheres é de 12,7%, enquanto que para os homens é de 9,5%. Essa diferença corresponde a 33,6% de índice de desemprego; por isso, acreditamos que toda ação do Governo deva ser direcionada em diminuir o número de pessoas desocupadas e, principalmente, eliminar tal desigualdade de gênero”, diz.
Adriana conclama a todas as Assistentes Sociais para levarem essa discussão às esferas em que estão inseridas, a fim de discutir o papel da mulher na perspectiva de classe; em especial das negras, que são historicamente alvos maiores e mais intensos de opressão e exploração na sociedade brasileira. A marcha também representa luta contra o primeiro-damismo revigorado enquanto expressão de opressão de gênero e de subalternidade da mulher em sociedade – além de reivindicar por salários iguais e por uma sociedade mais justa e igualitária.
“Desejamos aproveitar a data para trazer à tona a realidade a qual as mulheres trabalhadoras estão inseridas. É momento para lutar pelos nossos direitos e pelo nosso espaço dentro da sociedade. Não podemos intimidarmo-nos e calarmo-nos – com a paralisação geral, a nível mundial, traremos à tona nossa posição contra a barbárie social da sociedade capitalista. É preciso avançar na organização política para superar as contradições dessa sociabilidade, devemos sair às ruas para a defesa intransigente dos direitos humanos, combatendo o machismo, a misoginia, o racismo e o patriarcado. Vamos rumo à construção de uma grande greve geral, que barre as reformas e derrote o governo”, conclui.
NEM UMA A MENOS!
CONTRA AS REFORMAS QUE RETIRAM DIREITOS E A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER!
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