Neste 25 de Novembro, que marca o Dia Internacional de Luta Contra a Violência Sofrida Pelas Mulheres, o CRESS-SP preparou uma lista de 7 livros, filmes e exposição sobre mulheres e feminismo.
O dia 25 de novembro foi declarado Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher no Primeiro Encontro Feminista da América Latina e Caribe, realizado em Bogotá em 1981. Trata-se de homenagem às “Las Mariposas”, apelido usado em atividades clandestinas pelas irmãs Mirabal, heroínas da República Dominicana assassinadas em 25 de novembro de 1960.
No Brasil, apesar do desenvolvimento das lutas das mulheres nos últimos anos, com a criação de leis específicas como a Lei Maria da Penha e do Feminicídio, os dados são assustadores — sim, a violência contra as mulheres vem aumentando a cada ano.
Em todas as cidades brasileiras, os casos de denúncia de cárcere privado de mulheres cresceram 300% em relação ao ano passado e os relatos de casos de estupro cresceram 165%. Já em São Paulo, apenas no ambiente doméstico e familiar, pelo menos um caso de estupro foi registrado em média por dia nas 130 Delegacias de Defesa da Mulher no Estado de São Paulo, entre janeiro e setembro deste ano (dados de hoje do jornal Estadão).
Confira abaixo a lista de obras que fortalecem a luta pelo direito das mulheres:
#1 Mulheres: O gênero nos une, a classe nos divide
Autora: Cecília Toledo
Cecília Toledo, faleceu dia 23 de setembro de 2015. Foi jornalista e atuou como professora e diretora na Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas. Foi repórter e editora nos jornais Diário do Povo e Correio Popular, de Campinas. Era mestre em Educação na área de Ensino Superior pela PUC-Campinas. Também era diretora de teatro, formada pela ECA e EAD-USP. Como jornalista revolucionária, trabalhou no jornal Versus, foi da equipe de redação do jornal Convergência Socialista, colaborou com o jornal Alicerce e com o Opinião Socialista. Foi editora de texto e colaboradora assídua da revista Marxismo Vivo, onde produziu inúmeras reportagens, textos teóricos ou históricos, além de artigos sobre a imprensa operária.
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#2 Autobiografia de uma mulher comunista sexualmente emancipada
Autora: Alexandra Kollontai
Alexandra Kollontai nasceu em 31/03/1872, em São Petersburgo, um importante centro industrial da Rússia à época. Kollontai foi uma das primeiras mulheres russas a lutar pela emancipação da mulher e a organizar o movimento operário feminino, entre os anos de 1905 e 1908. Teve intensa participação na Revolução Russa de 1917.
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#3 Os Feminismos no Brasil: dos anos de chumbo à era global
Autora: Margareth Rago
Luzia Margareth Rago, nasceu em São Paulo em 15/09/1948. Identificou-se com o feminismo através do movimento estudantil e dos estudos de pós-graduação que realizou. Participou do Coletivo responsável pela publicação da revista “Libertárias”, entre 1998-2000, e coordena junto com as profa.s Dra. Tânia Navarro Swain e Dra. Marie-France Dépèche a revista digital feminista internacional LABRYS. Coordena a coleção “Entregêneros da Editora Intermeios”. É professora da Unicamp, onde pesquisa gênero, feminismo e anarquismo.
#4 O Segundo Sexo
Autora: Simone de Beauvoir
O livro — dividido em dois volumes: Experiência Vivida e Fatos e Mitos — virou notícia neste ano por conta de uma questão do ENEM, que despertou a fúria de muitos homens nas redes sociais e culminou com a aprovação de uma moção de repúdio da Câmara de Vereadores de Campinas.
A questão relembrava uma famosa passagem do livro: “não se nasce mulher, torna-se mulher”.
Simone de Beauvoir nasceu em Paris, França, em 09/01/1908. Foi uma das escritoras mais influentes do Ocidente. Suas ideias tratavam de questões ligadas à independência feminina e ao papel da mulher na sociedade. Sua obra refletia também a luta feminina e as mudanças de papéis estabelecidos, assim como a participação nos movimentos sociais.
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#5 O Quarto de Despejo
Autora: Carolina Maria de Jesus
Nascida em Minas Gerais em 13/02/1914, foi uma escritora negra que teve um de seus livros traduzido para 13 idiomas. Sua obra mais conhecida é “O quarto de despejo”, um diário que conta sobre o cotidiano e as reflexões como mulher pobre e negra vivendo nos anos 50 numa cidade grande.
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#6 Exposição de Frida Kahlo em SP
Frida Kahlo nasceu no México em 06/07/1907 e foi uma das maiores pintoras do século XX. Frida se tornou um ícone das artes e do feminismo. Uma de suas frases conhecidas é “Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor.”
A exposição Frida Kahlo – Conexões entre Mulheres Surrealistas no México, que abriu suas portas em 27 de setembro, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, fica até 10 de janeiro de 2016.
#7 Documentário What Happened, Miss Simone?
Filme dirigido por Liz Garbus selecionado para os festivais de Sundance e Berlin deste ano sobre Nina Simone, nascida em 21/02/1933 nos Estados Unidos. Uma das lendas fundamentais da música americana e ativista política, Nina Simone sofreu com as agressoes e tentativas de homicidio do seu marido, retratadas no filme.