8 de março é Dia Internacional da Mulher, Dia Internacional de Luta em favor dos direitos das mulheres.

Por que seguimos reafirmando a importância deste dia histórico? A resposta dessa pergunta se dá no cotidiano da vida onde podemos observar que a desigualdade entre os sexos ainda é presente e alarmante: as mulheres ainda possuem a menor remuneração nos espaços de trabalho; sofrem mais assédio moral e sexual; estão mais sujeitas ao desemprego, dentre outros indicadores que afetam definitivamente a vida das mulheres, sejam elas CIS ou TRANS.

O Brasil, atualmente, ocupa a 90ª posição em um ranking do Fórum Econômico Mundial que analisa a igualdade entre homens e mulheres em 144 países, tendo caído 11 posições no último ano, fruto do pouco investimento em políticas públicas de atendimento às mulheres e de ações residuais nos campos da educação e demais políticas, para o enfrentamento do machismo.

Atualmente, presenciamos inúmeros retrocessos no que tange o direito das mulheres no Brasil, um exemplo é a proposta de Reforma da Previdência defendida pelo atual governo sob a PEC 06/2019 que, na verdade, significa o fim da previdência social para as próximas gerações.

Propõe-se um aumento considerável na idade mínima para as mulheres se aposentarem, não levando em consideração que, por vezes, as mulheres possuem dupla, tripla, quádrupla jornada de trabalho, ocupam postos de trabalho mais precarizados, são mais afetadas com vínculos informais de emprego, possuem menor remuneração salarial e que, por vezes, são as únicas responsáveis pelo sustento de seus/suas filhos/as.

Essas características se agravam ainda mais quando projetadas na realidade social de mulheres negras e pobres em que se interpõem opressões de gênero, raça/etnia e classe social, escancarando a dívida histórica com o passado escravagista da sociedade brasileira e denunciando a falsa democracia racial que, não existindo, continua matando muitas de nós! É dever dizer NÃO aos retrocessos que surgem diariamente em forma de projetos de lei, medidas provisórias, decretos, e mensagens irresponsáveis jogadas nas redes sociais.

É válido destacar também que mulheres quando ousam denunciar e/ou ameaçam as estruturas de poder, como Marielle Franco (vereadora executada no Rio de Janeiro em 2018 sem qualquer resposta do Estado brasileiro), correm maior risco de serem silenciadas. O Brasil é hoje o quinto maior país com taxas de assassinato de mulheres que morrem pelo simples fato de serem mulheres, isso é muito grave e só demonstra o quanto a Luta não pode parar!

Os/As assistentes sociais que ousam construir outra sociabilidade que não seja pautada na desigualdade de gênero, no racismo, na LGBTfobia, na xenofobia, que lutam por uma sociedade igualitária que tenha com princípio fundante a liberdade, possuem um papel importante neste 8 de março, devemos OCUPAR AS RUAS e os espaços institucionais em defesa das mulheres.

Devem dizer NÃO aos retrocessos que vem nos abalando cotidianamente, pois é dever enfrentar e denunciar as violências, preconceitos, desigualdades e fobias que são crias do projeto burguês que ataca a Classe Trabalhadora, roubando e mercantilizando os direitos sociais, trabalhistas e previdenciários.

A defesa pela previdência social deve ser um imperativo de unidade da classe trabalhadora, tendo em vista que a decadência proposta interfere na vida de todas nós!

Neste 8 de março, o Conselho Regional de Serviço Social – CRESS/SP faz um chamado: Mulheres e Homens, vamos trilhar a luta! Vamos às Ruas! Vamos de mãos dadas para que sejamos muitas, para que não tenhamos nenhuma a menos e para que a luta de todas que dedicaram seus dias pelo fim da opressão ganhem ainda mais sentido no fervor coletivo de lutar pela liberdade!

#EmDireitosDaClasseTrabalhadoraNaoSeMexe
#NenhumDireitoAMenos
#TodasContraAReformaDaPrevidênciaSocial
#TodasPelaPrevidência

 

 

 

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