O Conselho Regional de Serviço Social 9ª Região – CRESS/SP – Gestão Ampliações: Trilhando a Luta com Consciência de Classe, vem a público manifestar apoio ao movimento #MarciaFica, protagonizado pelos/as estudantes de graduação em Serviço Social, com endosso também dos/as estudantes de Pós-Graduação e docentes da PUC- São Paulo.
O movimento reivindica a permanência da Professora Márcia Eurico e expressa uma luta histórica de ampliação no corpo docente do curso de Serviço Social e ampliações de disciplinas que tenham o conteúdo que debatam as bases racistas e sexistas presentes na sociedade brasileira, marcada pela exploração da classe trabalhadora no modo de produção capitalista.
Esse movimento é legítimo e ultrapassa as paredes de um curso ou de uma determinada universidade. No nosso entendimento, ele nos convoca a refletir sobre as bases do racismo que está arraigada no cerne da sociedade brasileira e que se expressa de várias formas, como é o caso, também, da representatividade nos espaços institucionais. É urgente e fundamental que somemos as trilhas de luta contra todas as formas de opressão/dominação/exploração e é preciso assumirmos uma atitude antirracista em todos os espaços, principalmente, naqueles que se referem à formação profissional, dada sua intrínseca relação com o trabalho profissional dos/as assistentes sociais.
No ano de 2017, o Conjunto CFESS/CRESS aprovou uma campanha Assistentes Sociais no Combate ao Racismo, que deverá ser lançada em agosto/2018. Ao assumirmos essa campanha, assumimos também a necessária tarefa de olharmos para todas as esferas da formação e do trabalho profissional, não secundarizando essa questão num permanente processo de autocrítica, capaz de superarmos as lacunas históricas com relação à discussão de aspectos estruturantes e presentes nas expressões da questão social, como é o caso do racismo e do sexismo.
A permanência da professora Márcia Eurico não pode estar vinculada à diminuição de outros contratos de trabalho docentes e por isso, a luta incansável e corajosa dos/as estudantes lança no horizonte uma pauta que supera as relações e particularidades institucionais para alcançar um patamar de coletividade, chamando a atenção pela ausência de docentes negros mesmo numa universidade que tem no seu corpo discente (graduação e pós-graduação) um grupo significativo de pesquisadores/as negros/as.
É nesta esteira que a Direção Estadual do CRESS/SP defende a imediata regulação e implantação de cotas para professoras/es negras/os no Curso de Serviço Social e em todos os cursos e níveis acadêmicos da PUC/SP!
No compromisso ético-político que nos convoca a “Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero” somamos a luta dos/as estudantes e nos manifestamos em apoio ao #MarciaFica, numa postura antirracista necessária para o projeto de formação e trabalho profissional que pretendemos, com consciência da classe que pertencemos: a Classe Trabalhadora.
São Paulo, 24 de maio de 2018.