O Brasil é o país que mais mata Trans no mundo. Há muito o que resistir!
Hoje, dia 29 de janeiro, comemoramos o Dia Nacional da Visibilidade Trans e o CRESS/SP, unido aos coletivos de direitos humanos, reafirmamos a luta pela visibilidade e reconhecimento dos direitos sociais desse público!
No âmbito do conjunto CFESS/CRESS, tivemos conquistas importantes, como por exemplo, a Resolução CFESS 594/2011 que atualizou o Código de Ética Profissional de acordo com a linguagem de gênero, inserido os artigos o/a, substituindo, no 11º princípio, a expressão “opção sexual” por “orientação sexual” e inserindo “identidade de gênero”, um conceito primordial para compreender a realidade das pessoas trans. E, também, a Resolução CFESS 615/2011 que permite a assistente social travesti ou ao/a assistente social transexual a inclusão do nome social na identificação profissional, essa de suma importância, pois, o documento de identidade profissional substitui a carteira de identidade, fazendo que essas pessoas possam ser chamadas pelo nome as quais se reconhecem.
No entanto, há muitas batalhas a serem vencidas. O processo transexualizador, que compreende a mudança de corpo, vai desde a hormonização até a redesignação sexual, processo que é dolorido, demorado e, no SUS, só realizado em cinco hospitais. Ainda, no âmbito da saúde, outra luta é para que a transexualidade deixe de ser considerada doença e passe a ser encarada como condição inerente aos seres humanos, tais quais as orientações sexuais.
Outro fator importante é a transfobia. Estatísticas do Grupo Gay da Bahia apontam que o Brasil é o país que mais mata transexuais no mundo. Vale destacar que a transfobia não se revela apenas quando uma pessoa trans é morta, está presente também no nosso cotidiano profissional, em várias expressões. Na complexidade desse processo, somos chamados a compreender e tratar esse indivíduo da forma como se reconhece e é reconhecido/a socialmente, inclusive nos registros em prontuário, encaminhamentos e demais procedimentos técnicos-administrativos, garantindo-lhe o direito humano fundamental de ter respeitada sua identidade de gênero.
Nesse horizonte, O CRESS/SP – Gestão Ampliações: Trilhando a luta com Consciência de Classe, compõe, junto com os movimentos sociais, a luta pelo acesso, garantia e ampliação dos direitos das pessoas trans, conclamando toda a categoria profissional de assistentes sociais a se apropriar dessa discussão, de modo que o exercício profissional, nos diferentes espaços profissionais, possa somar esforços para visibilidade trans, em toda a amplitude que isso revela!