O CRESS-SP repudia de forma incisiva o caso de violência a que uma mulher trans, discente do curso de Serviço Social do Centro universitário Assunção (UNIFAI), tem vivenciado, através de constantes ataques machistas e transfóbicos que ocorrera no ambiente acadêmico durante aula de ética, conforme nota pública de estudantes encaminhada a este Conselho.
Destacamos que a transfobia é crime, deve ser combatida e não pode, de forma alguma, ser exercida nos espaços de formação e atuação da categoria de assistentes sociais, pois infringe o Código de Ética Profissional, Lei de Regulamentação Profissional (8.662/93), além de todas as bandeiras de lutas defendidas e construídas historicamente pelo conjunto CFESS/CRESS que se materializam em nosso Projeto Ético Político.
Esse caso se soma a diversos casos de transfobia em universidades públicas, banheiros públicos, assim como em outros espaços e situações, que ganham cada vez mais força e intensidade com discursos de ódio propagados constantemente com o avanço da extrema direita pelo mundo e que dão base para as violências contra pessoas LGBTQIA+ – em especial pessoas trans, negras e periféricas – evidenciando como a pauta anti-gênero e o cisheteroterrorismo tem materializado a negação do ser social, assim como da liberdade e diversidade como princípios fundamentais para uma sociedade verdadeiramente emancipada.
Defendemos que todas as entidades de ensino proporcionem condições seguras para que todas as pessoas possam exercer seus direitos de acesso ao ensino universitário sejam garantidos, bem como nos espaços sócio-ocupacionais, respeitando a autodeterminação, a identidade de gênero, nome social e pronomes conforme as pessoas se identifiquem.
A direção do CRESS-SP deliberou e irá compor atividade junto a ENESSO e ABEPSS na instituição de ensino hoje, no dia 10 de abril de 2025, para fortalecer e reafirmar seu posicionamento junto aos estudantes e professores, assim como irá, ao longo do ano, realizar atividades que consolidam e dão continuidade ao compromisso e direção ética que defendemos.
Solicitamos apuração do caso e exigimos que sejam apurados os dados e aplicadas as medidas disciplinares necessárias, possíveis e urgentes contra o agressor.