Nota do CRESS-SP sobre a violência na Escola Estadual Sapopemba

O Conselho Regional do Serviço Social de São Paulo- CRESS 9ª Região, por meio de sua direção estadual e direções de suas onze Seccionais, vem a público para repudiar o ataque a tiros na Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, em mais um episódio lamentável de violência que resultou em três estudantes feridos e o óbito da estudante Giovanna Bezerra Silva, de 17 anos. Processos de violência que, infelizmente, tem se tornando comum nos últimos anos e que até então não faziam parte do cotidiano dos/das estudantes.

O projeto neoliberal de precarização e desmonte das políticas públicas, especialmente na educação, política pública estrutural e tão importante para a classe trabalhadora, é um plano do governo do Estado de São Paulo que vai se concretizando com a retirada de recursos públicos através da proposta feita pelo governador Tarcísio de Freitas, que reduz o orçamento da educação em 30%. Denúncias sobre o fechamento de salas de aula (conforme anunciado pela Apeoesp – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), contratação de vigilantes através de empresa privada, inflando o mercado de segurança privada, veto à implementação da Lei 13.935/2019 que dispõe da prestação de serviços de Psicologia e Serviço Social na rede pública de educação básica de São Paulo, onde o ambiente escolar se configura como um dos espaços privilegiados para ação profissional de Assistentes Sociais e Psicólogos/as, com vistas à intervenção multidisciplinar diante das expressões da questão social, contribuindo na construção de estratégias junto à sociedade e poder público para a garantia integral dos direitos dos/as estudantes. Nos colocamos de maneira contrária ao avanço dessa sociabilidade pautada na morte e barbárie, característica da sociedade capitalista, estruturada pelo racismo e patriarcado que nos transforma em mercadorias, colocando na centralidade o lucro, exploração da força de trabalho e acumulação do capital.

O fato ocorrido no dia 23 de outubro evidencia que o estímulo à aquisição de armas de fogo é um projeto que contribui somente para a manutenção do mercado armamentista a partir de uma estrutura política de concentração de renda, com uma proposta que criminaliza a pobreza, promove o encarceramento e adoecimento da população negra e dos povos originários, alimenta a violência contra corpos que tem raça/cor/etnia, CEP, gênero e orientação sexual. Desta forma, manipula sistematicamente a sociedade, fomentando a violência, pregando diariamente de forma enviesada o ódio e o preconceito através das redes sociais e outros meios de comunicação, sendo esta uma tragédia anunciada, tendo em vista a insistência na importação de costumes que provocam atentados, tragédias, rivalidade, meritocracia, apropriação territorial, desigualdade social e educacional, fome, miséria e morte.

Todo tipo de disseminação da violência deve ser questionado e não podemos assistir inertes ao aumento dessas violências (racial, doméstica, urbana, patrimonial, religiosa, institucional) que sobrecarrega, principalmente, a infância e juventude que precisa de cuidado, respeito e oportunidades. Este grupo vivencia inúmeras vulnerabilidades, cujo ciclo de vida (além de contextos e conjunturas), requer a elevação de fatores de proteção e a diminuição dos fatores de risco, para poder se desenvolver com mais apoios e seguranças sociais.

Manifestamos nosso apoio irrestrito e nos colocamos em movimento e em luta junto aos/às profissionais da educação que lutam contra os retrocessos e desmontes do ensino público e repudiamos a qualquer forma de violência que desestruture a rede de ensino e aprofunde a precarização da educação pública.

Por fim, nos solidarizamos com as vítimas, os familiares, amigos/as e a comunidade escolar, e lembramos que Educação Pública deve ser pensada e administrada como investimento para as gerações de agora e para gerações futuras e não como mercadoria, uma vez que Educação é direito social da classe trabalhadora!

 

São Paulo, 26 de outubro de 2023

Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo – CRESS 9ª Região

 

Assinam a nota:

Direção Estadual do CRESS-SP

Direção Seccional ABCDMRR

Direção Seccional Bauru

Direção Seccional Campinas

Direção Seccional Marília

Direção Seccional Presidente Prudente

Direção Seccional Ribeirão Preto

Direção Seccional Seccional Santos

Direção Seccional Sorocaba

Direção Seccional São José dos Campos

Direção Seccional São José do Rio Preto

Direção Provisória Seccional Araçatuba

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