Nos dias 13 e 14 de agosto, em atividades de caráter consultivo, o conselho reuniu autoridades intelectuais e profissionais da categoria, a fim de analisar e contextualizar a conjuntura político-econômica do país e os desafios para o cumprimento das ações planejadas para o triênio.
O Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo — 9ª Região (CRESS-SP), por meio da comissão organizadora composta por duas Diretoras Estaduais, Anne Oliveira da Silva e Regiane Cristina Ferreira, realizou no dia 13 de agosto a live “Pandemia, Serviço Social e Conjunto CFESS-CRESS: reflexões sobre a defesa do Projeto Ético-Político Profissional”, e uma atividade consultiva de monitoramento no dia 14.
O primeiro encontro contou com a participação especial das convidadas Professora Elaine Behring e da Conselheira Estadual Patrícia Maria da Silva, que trouxeram reflexões sobre as conjunturas do cenário político no país, os impactos trazidos pela pandemia da Covid-19 e alternativas que injetam forças para que os/as profissionais da categoria consigam desenvolver as atividades e ações em defesa dos direitos dos trabalhadores de modo geral.
A live foi conduzida pela Conselheira Estadual, Regiane Ferreira, que abriu os diálogos explicando as demandas das atividades, posicionando os participantes sobre a etapa de monitoramento e discussões sobre as atividades realizadas até o momento.
Ponderou, também, sobre as ações futuras, no intuito de que os/as profissionais do Serviço Social tenham participação dentro das avaliações das ações (realizadas ou não) no contexto pandêmico e como melhorar as realidades vivenciadas.
Ainda na abertura do encontro, foram exibidos vídeos das entidades alinhadas ao Serviço Social com falas em solidariedade às vítimas da Covid-19 e de exaltação aos esforços da categoria profissional nas diversas frentes de atuação durante a pandemia. As entidades destacaram a relevância do Serviço Social na defesa da democracia e apontaram os desafios da profissão para a garantia de direitos básicos da população usuária: por vacina no braço, comida no prato e auxílio emergencial de R$600!
Respectivamente, participaram deste momento: Deise Cruz, representante da Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social (ENESSO); Fabiana Carvalho, da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS); Maria Rocha, do Conselho Federal do Serviço Social (CFESS) e Nicole de Araújo, presidenta do Conselho Regional do Serviço Social (CRESS-SP).
Dando início às reflexões, a Professora associada do Departamento de Política Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e colunista do Esquerda Online, Elaine Behring, de forma contundente, apresentou o cenário econômico-político que antecedeu a pandemia da COVID-19, com o esgotamento da economia, entrando em um período de crise, e como a agenda de reformas e desmontes das políticas sociais já se apresentavam na ordem do dia.
Segundo Anne e Regiane, “a análise proposta pela professora, foi fundamental para compreender como a pandemia da COVID-19 é utilizada para endossar a efetivação de retrocessos que impactam diretamente a classe trabalhadora”, destacaram as diretoras estaduais.
A convidada finalizou a apresentação enfatizando o orgulho pelas entidades em relação às resistências, enaltecendo a defesa pela liberdade democrática e chamando todos/as os/as profissionais para continuarem acreditando e lutando pelos direitos de todos/as os trabalhadores/as.
A Conselheira Estadual e integrante do Comitê Assistentes Sociais no Combate ao Racismo do CRESS/SP, Patrícia Maria, de forma intensa, expôs como esse cenário de retrocessos impactará na atuação profissional, e como a pandemia irá exigir uma capacidade maior de respostas dos/as assistentes sociais que atuam na linha de frente das políticas sociais em contínuo retrocesso.
Também apresentou os desafios da direção estadual em preservar a saúde dos/as trabalhadores/as do CRESS-SP e também de suas famílias, com a manutenção do trabalho remoto em todo estado de São Paulo. Apontou ainda os desafios e esforços para garantir qualidade e cumprimento dos prazos em todos os serviços ofertados pelo conselho, apesar das adversidades que o momento atual apresenta.
De acordo com Anne e Regiane, a crise pandêmica escancara a desigualdade na sociedade capitalista, que afeta principalmente a classe trabalhadora, e esta classe é preta, é feminina, é pobre e é periférica. Este cenário torna a atuação profissional mais complexa, pois a capacidade de resposta para as expressões da questão social, tornam-se ainda mais prejudicadas em um cenário de retrocessos das políticas sociais.
Somados a isso, a pandemia também exige a alteração e adaptação de rotinas de trabalho e de instrumentos metodológicos utilizados pelos/as assistentes sociais para intervir na realidade, levando a categoria profissional a utilizar ferramentas tecnológicas para essa adaptação de distanciamento social.
“As novas formas apresentadas geram dúvidas quanto a capacidade de se garantir a qualidade dos serviços prestados à população usuária. Esta mesma perspectiva exigirá do CRESS-SP a capacidade de orientar e fiscalizar a atuação profissional, se valendo de atividades pedagógicas com o objetivo de fortalecer a categoria profissional nesses desafios cotidianos”, enfatizaram as conselheiras.
No final das apresentações e debates abertos, o Conselheiro Estadual do CRESS-SP, Ubiratan de Souza Dias Junior, apresentou a Prestação de Contas das atividades realizadas até o momento, dando continuidade e fazendo valer a máxima da transparência das informações prestigiada por todos os profissionais da categoria.
Atividade Consultiva de Monitoramento
No dia 14, por meio de ambiente virtual viabilizado pela plataforma Zoom, os/as profissionais da categoria participaram da atividade de monitoramento das ações planejadas ao triênio 2020/2023. Regiane explicou que essa atividade foi fortalecida e munida de conhecimentos percebidos na live do dia 13.
As reflexões da conjuntura permitiram a compreensão de que, apesar do cenário de retrocessos, a resistência e capacidade propositivas permanecem, com as diversas ações realizadas pelo CRESS-SP em formato remoto.
“Dessa maneira, consideramos que o debate proporcionou as bases para reflexões dos limites e possibilidades colocadas pelo atual cenário, e que o projeto ético-politico da profissão é o que garante a contínua atuação comprometida dos/as assistentes sociais”, argumentou Regiane.
“Portanto, é importante frisar que o encontro do dia 14 foi importante para subsidiar as reflexões neste cenário atual. As convidadas apresentaram reflexões sobre a conjuntura de retrocessos e ataques à classe trabalhadora, alinhadas ao processo de pandemia da COVID-19 e seu impacto e desafios no cumprimento das ações consensuadas do Conjunto CFESS/CRESS. Bem como, a reflexão sobre os caminhos possíveis neste cenário para a defesa do projeto ético-político da profissão”, enfatizou Anne.
Discutir coletivamente e prestar contas é um processo extremamente necessário. Na atividade consultiva foi possível conhecer as deliberações coletivas da categoria e os desafios que estão postos para a profissão.
“Mobilizar os profissionais é essencial para qualificar o debate, um desafio que buscamos sempre para que possamos avançar e resistir aos retrocessos. É importante apresentar e dialogar sobre o monitoramento das ações consensuadas, o que foi realizado, quando foi, e quais os desafios apresentados. Além disso, viabilizar a construção de alternativas que possibilitem a participação da categoria, a transparência na prestação de contas do ano de 2020 e a construção do plano de metas e da proposta orçamentária para o ano 2022”, finalizaram as profissionais.
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