A pandemia do novo coronavírus provocou uma crise sanitária em nível planetário, tendo como reflexo a perda de centenas de milhares de vidas por todo mundo, além do aprofundamento da crise econômica, social e política, assim como da desigualdade social. No Brasil, a pandemia da COVID-19 tem atingido números assustadores e a ingerência dos governantes no que tange ao controle e combate ao novo vírus, intensifica ainda mais o processo de precarização das condições de vida da população, que fica à mercê deste contexto.
Como alternativa ao enfrentamento da pandemia, temos a vacina, que diante da emergência sanitária, foi produzida em tempo recorde graças ao grande esforço da ciência e da pesquisa no Brasil e no mundo, evidenciando a necessidade e importância do reconhecimento, valorização e dos investimentos públicos nas universidades, centros e institutos de pesquisa.
No Brasil, a vacina contra a COVID-19 chega tardiamente, e embora traga a potencialidade do combate à pandemia, e a possibilidade de salvar milhares de vidas, escancara mais uma vez a orientação ultraliberal, conservadora e descomprometida com a saúde pública e com a defesa de vida por parte do Estado, uma vez que as doses disponíveis da vacina são irrisórias para a cobertura vacinal necessária, para a efetiva contenção do avanço das contaminações e a morte de mais trabalhadores/as brasileiros/as.
Cabe ressaltar que o Plano Nacional de Vacinação não foi construído de forma integrada e participativa, apontando que cada Estado e
Município deve administrar as doses da vacina com autonomia, definindo seus critérios e grupos prioritários, fato que vem apresentando diversos entraves e questionamentos.
O Plano Estadual de Vacinação emitido pelo Governo do Estado de São Paulo em 16 de janeiro de 2021, define as/os trabalhadoras/es da política de saúde como prioritários/as no plano de imunização, sendo esses: Trabalhadores/as dos serviços de saúde públicos e privados, tanto da urgência quanto da atenção básica, que estão na linha de frente e envolvidos diretamente na atenção/referência para os casos suspeitos e confirmados de COVID-19, além de quilombolas, indígenas e idosos/as em instituições de acolhimento, sendo que em seguida se iniciaria o processo de imunização de toda população idosa a partir de suas faixas etárias. No entanto, é possível observar nos municípios do estado de São Paulo, uma diversidade nos critérios adotados para a definição de tais grupos prioritários, contemplando neste processo também outros setores que, por vezes, não acompanham os critérios estabelecidos no Plano Estadual de Vacinação
O Serviço Social brasileiro, segue reafirmando a direção sociopolítica dessa profissão, pautada nos valores de liberdade, democracia, defesa dos direitos humanos e sociais e se colocando na defesa dos interesses da classe trabalhadora, classe essa que também compõe. Historicamente, o Conjunto CFESS-CRESS reafirma este reconhecimento, de modo que temos organizado nossas posições e ações alinhadas ao princípio da coletividade, buscando romper com defesas corporativistas.
Frente ao cenário terrível vivenciado por toda a população brasileira em meio a pandemia, bem como as irresponsáveis ações dos governos que resultam nessa situação caótica em que as vacinas são absolutamente insuficientes, se faz necessário a defesa de que toda a população seja URGENTEMENTE vacinada.
Nesse sentido, a direção do Conselho Regional de Serviço Social – CRESS 9ª Região São Paulo, vem por meio desta nota explicitar seu posicionamento frente ao processo de vacinação no estado de São Paulo e destacar que nossa defesa é pela vacinação imediata de toda a população, sejam assistentes sociais, trabalhadores/as da saúde, trabalhadores/as do SUAS, dos transportes públicos, dos supermercados e camelôs, as trabalhadoras domésticas, a população em situação de rua, trabalhadores/as da educação, desempregados/as e trabalhadores/as informais, etc. Assim, acompanhamos o Conselho Federal de Serviço Social e convocamos toda a categoria a compor a defesa pela saúde e vida de toda a população brasileira, reafirmando que “Assistente social defende a vacinação pelo SUS e para toda a população” (http://www.cfess.org.br/visualizar/noticia/cod/1781).
Salientamos que o CRESS-SP compõe espaços de organização coletiva, como o Fórum Estadual dos Trabalhadores do SUAS, a Rede de Defesa da Atenção Básica e o Fórum dos Conselhos das Atividades Fins da Saúde, e vem compondo diversas articulações em defesa da priorização de trabalhadores/as da linha de frente do combate à pandemia, porém, ratificando a necessária defesa pela vacinação de toda a população.
Por fim, reafirmamos que defender a vacinação para toda a população é defender a vida de cada trabalhador e trabalhadora deste país, de modo que não podemos nos desvincular da luta pela ampliação das políticas públicas no geral, pela revogação da Emenda Constitucional 95, por renda básica para todas/os, por moradia e vida digna a toda a população.
Conselho Regional de Serviço Social – CRESS 9ª Região São Paulo
Gestão Ampliações: Em defesa do Serviço Social, nos encontramos na luta! (Triênio 2020-2023)
Saiba mais:
Vacinação é para todas as pessoas: essa é a defesa do Serviço Social!
Sou assistente social, defendo a vacinação pelo SUS para toda a população!
FETSUAS-SP sobre a Vacinação no SUAS – Pela vacinação prioritária das/os trabalhadores/as do SUAS!